segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Cresce e renasce



A primeira experiência num estádio, quando criança, é das mais mágicas da vida. Nessa faixa etária tudo é maior do que parece ser. Ainda que o mundo, no que diz respeito a importância, seja resumido em tão pouco. Os garotos do bairro, amizades da escola e os primos(as).


O Martins Pereira sempre esteve na minha vida. Mas foi só aos onze que notei a grandeza do Monumental. Minha primeira partida no estádio. Não dá pra ir e não se impressionar com o tamanho de tudo, a quantidade de gente e principalmente os torcedores. Era Janeiro, férias e iria demorar pra poder contar aos meus amigos da escola o quanto aquilo era fantástico. Tem gente que diz que estádio não é lugar de criança… Bobagem! Ora, lá é lugar de basicamente pular e gritar sem parar vendo futebol. Se isso não é lugar de criança, não sei o que pode ser…



Pelas expressões, jeitos e a camisa do time até da pra ver que não era a primeira vez do garoto. Mas nessa idade as coisas são diferentes, mais leves e mais gostosas. Acompanhava o senhor que, tantos e tantos anos mais velho, orquestrava sem querer os gestos da criança. De um lado um rosto familiar nesses velhos degraus, doutro um camisa onze, vida começando e dedo para o bandeirinha. Não estava impedido mesmo. Para, olha o senhor, e absorve os gestos. Pobre das unhas enquanto o time sofre pressão. Não tem idade. Vão todas de encontro ao dente. Olha pra torcida organizada, pula, canta… tira a camisa e começa a girar. 
Observo os movimentos com ternura. A vida na arquibancada renasce mesmo na ultima divisão, abrigo de tanta gente renegada por circunstâncias da vida.
Vibrou com a vitória por 1x0 na estréia do campeonato, no primeiro sábado de maio. Deve ter contado pros amigos da escola, na segunda, a vitória da Águia, o estádio cheio e os gols que não passaram no jornal. O mundo vai crescendo pra ele e renascendo pra nós.

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