quarta-feira, 15 de julho de 2015

Com vocês, nosso Tião!

Existe uma máxima entre os fanáticos torcedores da Águia do Vale: Se não conhece Tião Marino, não sabe nada de São José E.C.! E é com um enorme orgulho que apresento a vocês hoje o maior ídolo da história da Águia do Vale: Sebastião Marino Neto, o nosso Tião Marino.

 Nascido em 26 de maio de 1951 na cidade de Ribeirão Preto-SP, Tião Marino passou por diversas equipes antes de encontrar sua verdadeira casa, o São José Esporte Clube. Jogou por Fluminense (BA); Santa Ritense (MG), Palmeiras de São João da Boa Vista; Figueirense (SC); Corinthians (SP), Flamengo (RJ); Inter de Limeira (SP); Sertãozinho (SP); Londrina (PR); São Bernardo (SP); Juventus (SP); Taquaritinga (SP); Batatais (SP) e Comercial de Ribeirão Preto (SP). Conquistou títulos como o Campeonato Catarinense, pelo Figueirense, e o inesquecível título da Segunda Divisão Paulista (Atual Série A2), que trouxe o primeiro acesso à divisão de elite ao nosso São José E.C.

 Artilheiro nato, matador dentro da área, é inquestionavelmente o melhor camisa 9 que já vestiu nosso manto joseense. Infernizava os zagueiros adversários ao lado de Edinho e Nenê, que com Tião formaram o melhor ataque de todos os tempos da Águia do Vale. Tião é considerado o maior ídolo da torcida do São José E.C, sendo o maior artilheiro da história do clube, tendo marcado 82 gols em 224 partidas vestindo o glorioso manto joseense, entre os anos de 1979 e 1982.

  Fatos interessantes marcaram a passagem de Tião Marino pela Águia, como a famigerada derrota para o rival Taubaté em 1979, jogo que valia o título da então chamada Divisão Intermediária (que equivale a Série A2 atual), e o acesso para a elite do futebol paulista. Na ocasião o árbitro José de Assis Aragão expulsou Nenê por uma briga com Banha (do Taubaté - que também foi expulso) e Tião Marino, fato que até hoje ninguém consegue explicar. Anos depois, disse em depoimento no livro "A História de Uma Rivalidade", de Alberto Simões e Moacir dos Santos, que "o mundo parecia ter desabado sobre mim", e depois de renovar seu contrato teria traçado como meta a conquista do título de 1980, o que realmente aconteceu. O São José E.C. fez uma campanha irretocável e faturou o título do campeonato, garantindo o acesso à elite do Campeonato Paulista do ano seguinte.
Outro fato marcante ocorrido durante o campeonato de 1980 foi quando Tião sofreu uma lesão que o tiraria da decisão contra a Catanduvense. Tião sentia dores insuportáveis, mas num gesto inconsequente, porém muito bem intencionado, retirou o gesso que imobilizava o braço lesionado e foi pro jogo, anotando dois gols. Tião era formidável!

 Tião ainda conta com orgulho o fato de ter recusado uma proposta do presidente do Bangu (RJ),  Castor de Andrade, que na época mandou buscá-lo de helicóptero. Tião bateu o pé e ficou. "Hoje não é mais assim, o jogador voa igual a um passarinho e muda de time toda hora".

 Como tudo chega ao fim, Tião deixou o São José E.C. "Parece que um pedaço de mim tinha morrido", declarou. Mas sua história está guardada pra sempre na Águia do Vale, assim como no coração de cada apaixonado torcedor joseense. Há alguns anos a Torcida Mancha Azul mandou confeccionar um bandeirão de 4x8 mts, com o rosto de Tião Marino e a frase "Tião Marino Eterno", eternizando a presença do ídolo nas arquibancadas do Martins Pereira.

  Nosso Tião hoje reside em Ribeirão Preto, sua cidade natal, onde é representante comercial. Ainda acompanha o São José E.C, torcendo para que a Águia volte a voar pelo céu do Brasil, "buscando com suas garras mais um gol".

 Infelizmente com o advento do chamado "futebol moderno" ídolos como o nosso Tião estão cada vez mais escassos. Com a elitização do nosso esporte bretão, amor à camisa virou artigo de luxo. Isso só nos faz relembrar o passado e dar o devido valor aos verdadeiros ídolos, de uma época onde o que mais importava era o amor à camisa e o respeito à torcida.

 Obrigado, Tião Marino, por nos proporcionar momentos tão marcantes na nossa história, por sempre defender nossas cores com respeito. Seremos eternamente gratos.


Referência: Museu do Esporte SJC; Globo Esporte, Blog Terceiro Tempo.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Enquanto isso, em 1989

Muita gente se recorda com alegria daquele time de 1989. O campeonato era o Paulistão daquele ano, e a Águia do Vale avançou à segunda fase depois de uma primeira fase surpreendente, onde em 21 jogos ganhou 12, empatou 5 e perdeu apenas 4 partidas, fechando a fase como a segunda melhor equipe, atrás apenas do Palmeiras, num grupo que ainda contava com Santos, São Paulo e Corinthians. A Águia foi a grande surpresa da primeira fase, num ano espetacular da nossa história.



Confirmando a boa fase, a surpreendente equipe joseense encararia pela segunda fase do campeonato as equipes da Portuguesa e União São João de Araras, em jogos de ida e volta. O São José E.C terminou essa fase empatado em pontos com a Portuguesa, ambos com 5 pontos, mas como previa o regulamento naquele ano, em caso de empate o critério seria a campanha da primeira fase, assim nosso esquadrão avançou às semifinais.

Pelas semifinais a parada ficaria difícil. A bravia e destemida equipe joseense teria de encarar a forte equipe do Corinthians, com os consagrados Ronaldo Giovanelli, Márcio Bittencourt, Wilson Mano, Claudio Adão entre outros experientes em decisões. O primeiro jogo foi na capital, e nossa equipe saiu derrotada por 2x0. Como não havia no regulamento daquele ano o critério "saldo de gols", bastava uma vitoria simples da equipe joseense no Monumental Martins Pereira para levar a partida para a prorrogação, e foi o que aconteceu! A torcida empurrou a Águia pra cima do Corinthians, e logo aos dois minutos de jogo, Tita abre o placar pra Águia, colocando o time joseense em vantagem. depois e muita luta e demonstração de raça, segurando o Corinthians no tempo normal, viria a prorrogação. O que estaria por vir faria a festa joseense nas sagradas arquibancadas do Martinsão. Dois gols de Toni, e a classificação à final. A cidade estava em festa!

Confirmada a participação na final, era hora de se preparar. O adversário seria ninguém menos que o São Paulo. Outro gigante no caminho da nossa Águia. Pelo regulamento as equipes fariam dois jogos, um na capital e outro em São José dos Campos, onde o São José contaria com a força de sua torcida, porém uma virada de mesa, um acordo feito entre dirigentes de São Paulo e São José levou os dois jogos pro Morumbi, casa do rival, favorecendo assim o time da capital. O acordo consistia em dividir a renda dos dois jogos,o que financeiramente seria bom pro São José, dada a capacidade do Morumbi, mas péssimo por perder o apoio da sua torcida, jogando fora de casa. Mesmo assim a apaixonada torcida joseense se deslocou até a capital, confiante no título e apoiando como sempre. 

O dia do primeiro jogo da final havia chegado! A euforia nas ruas de São José dos Campos era grande! O torcedor exalava confiança, o São José estava na boca do povo. No Morumbi a casa estava cheia, as equipes se apresentavam para um público de 50.633 pagantes, que viram o São Paulo sair com a vitória depois de uma infelicidade do zagueiro André Luis, que aos 41 do segundo tempo jogou contra o próprio patrimônio, anotando um gol contra. A torcida ainda esperava por uma virada heroica na finalíssima, e mantinha a confiança no time, que chegara até ali enfrentando adversários fortes, sempre de igual pra igual. Mas toda essa confiança foi por água abaixo quando o juiz José de Assis Aragão apitou o fim da partida sob olhares de 97.965 torcedores, decretando o fim do Campeonato Paulista de 1989, dando o título para o São Paulo F.C.


Aquele esquadrão joseense terminou o campeonato na segunda posição geral, com o vice campeonato paulista, mas com certeza Luiz Henrique; Marcelo, Juninho, André Luís e Joãozinho; Delacir, Fabiano (Wilson Piracicaba) e Vânder Luís; Donizete (Henrique), Toni e Tita; e o eterno técnico Ademir Mello estarão pra sempre nos corações joseenses.



segunda-feira, 13 de julho de 2015

Devolvam nosso futebol!

Nossa luta acontece todos os dias.

Uma luta contra a modernização do futebol, contra medidas que buscam elitizar o esporte do povo visando apenas o lucro, afastando quem fazia das arquibancadas rústicas sua segunda casa. (Ou seria a primeira?
Arquibancadas antes cheias de bandeiras, fumaças e muita alegria, hoje substituídas pelo silêncio, e por confortáveis cadeiras. Malditas cadeiras, e seus ocupantes sonolentos.
Mas não nos calarão!
Continuaremos lutando para que o futebol do povo seja de fato do povo.


Nossa luta é a cada jogo.
Quando lutamos pra pagar com sacrifício pelos ingressos, além de bancar instrumentos, faixas, bandeiras e deslocamentos. Sempre com muito esforço, porém com muita satisfação.
Nossa luta não é em vão.
Somos recompensados a cada entrada em campo do nosso time, a cada gol, a cada demonstração de raça dos nossos jogadores que se viram em nossa direção e batem com a mão no peito como se dissessem: "É por vocês! Estamos juntos!" Isso não tem preço!
Continuaremos a lutar!



"E se a morte vier, vai ter que me ouvir cantar: Te amo meu São José e esse sentimento não morrerá!"

(Repost - Postado inicialmente na página da TUSJ - Torcida Uniformizada do São José)


Enfim, um blog!

Boa noite, torcedor!

Após anos administrando a página "Águia do Vale" no Facebook resolvi criar esse blog pra compartilhar com todos o sentimento de torcer por esse clube, que apesar de todas as dificuldades enfrentadas há anos, continua em pé graças a torcedores de verdade, dos quais eu me orgulho de fazer parte, modestamente falando.

A intenção é manter uma regularidade, postando semanalmente, ou se possível for, com uma frequência maior, dependendo das minhas possibilidades. Vou buscar trazer parte da história do clube e de seus ilustres torcedores, fatos e fotos marcantes. Vivências de quem está sempre na arquibancada apoiando nosso glorioso SJEC.

Espero que acompanhem e gostem do blog, da maneira como ele é feito, sempre voltado ao São José E.C, assim como a página Águia do Vale que cobra e informa aos torcedores joseenses, sem "rabo preso" com nenhum diretor ou quem quer que seja.




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